Os cinco presos em Manaus da quarta fase da operação Sangria, realizada pela Polícia Federal, seguem em unidades prisionais da capital nesta sexta-feira (4). Os mandados de prisões são temporários e têm a duração de cinco dias. A contar do dia da prisão, os mandados expiram neste domingo, dia 6.
O secretário da saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo e cinco empresários foram presos na quarta-feira (2), durante a operação que investiga se funcionários da secretaria da Saúde fizeram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais para fazer um hospital de campanha, sob orientação da cúpula do governo do Estado.
O secretário Marcellus Campêlo e o empresário Nilton Costa Lins Júnior estão no Centro de Detenção Provisória Masculino II (CDPM II) em Manaus, destinado a pessoas que têm curso superior. Já os empresários presos Sérgio José Silva Chalub, Frank Andrey Gomes de Abreu, Carlos Henrique Alecrim John foram para o Centro de Detenção Provisória Masculino I (CDPM I), também na capital.
Ao Portal, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que todos os presos continuam nas unidades. Uma fonte da instituição afirmou que, dependendo da Justiça, os mandados podem ser prorrogados, mas inicialmente valem por cinco dias.
Segundo a Seap, os presos estão sendo mantidos em celas separadas e estão em quarentena. A comida é a mesmados demais internos do sistema prisional.
O sexto preso na operação, Rafael Garcia da Silveira, está detido em Porto Alegre.
Nilton Costa Lins Júnior — Foto: Divulgação/Universidade Nilton Lins
Relaxamento da prisão
A defesa do empresário Nilton da Costa Lins Junior entrou com um pedido de revogação da prisão temporária dele na Justiça.
Nilton Costa Lins Junior é dono do Hospital Nilton Lins e atirou contra a Polícia Federal quando as equipes chegaram na casa dele. A defesa alegou que o alvo atirou por pensar que se tratava de um assalto, visto que já foi vítima de assalto dentro de casa.
A revogação foi pedida pelos advogados na quinta-feira (3), com o argumento de que as diligências da Polícia Federal já foram concluídas e os depoimentos foram concluídos no mesmo dia da deflagração da operação. Por isso, a defesa acredita não haver mais motivo para que a prisão do empresário permanecesse.
Ao Portal, a advogada Paula Sion, da defesa do empresário Nilton Costa Lins Júnior, afirmou que a defesa ainda não tinha recebido nenhum retorno sobre o pedido da revogação da prisão do cliente que segue preso. Ela disse ainda que aguardava a decisão do Ministro Falcão sobre a liberação do acesso dos autos da cautelar para a defesa, que não tinha sido facultado.
O Portal tenta contato com a defesa dos outros envolvidos e aguarda posicionamento sobre a manutenção das prisões.
4ª fase da operação Sangria
Além da prisão do secretário de saúde do Estado, Marcellus Campêlo e do empresário Nilton Costa Lins Júnior, também foram presos temporariamente durante a operação, Sérgio José Silva Chalub, Rafael Garcia da Silveira, Frank Andrey Gomes de Abreu, Carlos Henrique Alecrim John.
Durante a quarta fase da operação, a Polícia Federal também fez buscas na casa do governador do Amazonas, Wilson Lima, na sede do governo, no Hospital Nilton Lins, na Secretaria de Saúde e na casa de Campêlo. Há, ainda, autorização da Justiça para a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador e do secretário de Saúde.
Na noite de quarta, Wilson Lima divulgou um vídeo e disse que não há provas contra ele, que não praticou ato de ilegalidade e nem se beneficiou de recursos públicos.