Saiba como Alan do Índio usou cirurgias e documentos falsos para comandar o CV

Apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, Alan Sérgio Martins Batista, conhecido como Alan do Índio, é suspeito de comandar um esquema internacional de tráfico e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações da Operação Xeque-Mate, ele movimentava centenas de milhões de reais por meio de empresas de fachada, criptoativos e de uma fintech chamada Carto, criada para ocultar recursos provenientes do tráfico.


Foragido, Alan passou por cirurgias plásticas no rosto e utilizava documentos falsos para despistar as autoridades, mantendo controle sobre ações da facção dentro e fora dos presídios. Segundo a Polícia Federal, ele vive atualmente em uma comunidade no Rio de Janeiro e integra o grupo de 13 conselheiros do CV, que atua em vários estados e também em países vizinhos.

Nesta quinta-feira (6), um desdobramento da operação levou à prisão de quatro advogados suspeitos de integrar o núcleo jurídico da facção, responsáveis por repassar ordens de Alan e outros líderes para chefias de presídios e pontos de tráfico no Amazonas. A ação teve acompanhamento da OAB.

O superintendente da PF no Amazonas, João Paulo Garrido Pimentel, afirmou que as lideranças do crime organizado “faziam viagens frequentes ao exterior e promoviam a aquisição de veículos e artigos de luxo”.

Histórico
Alan já havia sido preso em 2017 por envolvimento no tráfico de armas. Após ser solto, ampliou sua influência no crime e se tornou uma das figuras mais relevantes da facção. Em 2023, sua atuação gerou conflitos internos: uma cabeça humana foi encontrada em Manaus com um bilhete que citava seu nome, como forma de ameaça a comparsas.

A Operação Xeque-Mate, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), já bloqueou R$ 122 milhões em bens ligados ao grupo e segue em busca de Alan, considerado um dos criminosos mais procurados do país.

Fonte: AM POST.