MANAUS – Uma história cercada de mistérios tem intrigado as autoridades da capital do Amazonas. O professor da rede pública estadual Gabriel Moisés de Souza Neto, de 38 anos, morreu na noite da última terça-feira (23), no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, na Zona Centro-Sul de Manaus, onde estava internado há quase 10 dias, depois de ter sofrido queimaduras em 60% do corpo, durante uma discussão com a esposa.
Segundo boletim de ocorrência registrado pela companheira dele, Gabriel teria sido vítima de um ‘acidente ou suicídio’, como ela mesmo descreveu no documento. O caso ocorreu em meio a uma briga entre o casal, no dia 13 de junho. Na ocasião, Gabriel estaria alcoolizado e teria se descontrolado durante a discussão.
Em depoimento, a mulher afirmou que se trancou em um quarto do imóvel e gritou por ajuda a vizinhos. No momento em que os moradores chegaram, Gabriel gritava e chutava a porta do cômodo, entretanto, mesmo assim, a esposa do professor decidiu correr para fora da casa e avistou Souza segurando um frasco de limpador de tanque de moto e um isqueiro.
Ainda durante o relato, a esposa de Gabriel afirmou que quando foi ao encontro dos vizinhos, olhou para fora da casa e avistou o professor subindo na motocicleta, despejando o conteúdo inflável em si e acendendo o isqueiro. Os moradores da área se juntaram e tentaram socorrer a vítima, jogando panos e água para apagar as chamas, uma delas encontrou um extintor de incêndio e apagou o fogo na motocicleta. Inclusive, ele foi levado ao hospital no carro de uma das testemunhas.
O caso é permeado de evidências indicando que a relação entre a mulher e a família da vítima sofreu um forte abalo. Em um outro boletim de ocorrência, registrado por um representante de parentes de Gabriel, que moram em outro estado do país, consta que os familiares do professor preferiram que a companheira de Gabriel não ficasse responsável pelo caso.
As circunstâncias do caso ainda não foram confirmadas pela Polícia Civil. A própria Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), informou que embora o boletim de ocorrência tenha sido registrado como ‘homicídio’, o correto seria ‘morte a esclarecer’. Somente após o andamento das investigações, é que o caso poderá ser elucidado
Confira, na íntegra, a nota da Seduc lamentando a morte do professor
É com profundo pesar que a Secretaria de Estado de Educação e Desporto lamenta o falecimento de Gabriel Moisés de Sousa Neto, ocorrido nesta terça-feira (22/06).
Professor Gabriel atuava na Escola Estadual (EE) Gabrielle Cogels desde 2016, onde lecionava as disciplinas de História, Geografia e Inglês.