MP vai investigar homem que foi fantasiado de goleiro Bruno para festa em bar de Manaus

Caso ganhou repercussão nas redes sociais: homem foi fantasiado de goleiro Bruno para festa em bar de Manaus. — Foto: Reprodução/Twitter

A conduta de um rapaz que foi a uma festa em um bar fantasiado de goleiro Bruno com um saco ao lado, no qual estava escrito o nome da modelo Eliza Samudio, será investigada por apologia ao feminicídio pela 57ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos e Cidadania, informou na terça-feira (9) o Ministério Público do Amazonas (MPAM).


O advogado Vinícius França, que defende o rapaz, afirmou que seu cliente só irá se pronunciar em juízo.

A foto da fantasia foi postada nas redes sociais de um bar de Manaus no dia 1º de novembro e o caso ganhou repercussão nas redes sociais. A responsável pelo bar pediu desculpas e afastou o rapaz que fez o post nas redes sociais da empresa.

Na manhã de segunda-feira (8), o Ministério Público recebeu nova representação o homem, que foi formulada pela União Brasileira de Mulheres do Amazonas e recebida pelo Procurador-Geral de Justiça, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, acompanhado do Promotor de Justiça Antônio José Mancilha.

“Existe um limite tênue entre a liberdade de expressão e a apologia ao crime, nenhum direito é absoluto. Nesse caso concreto, ainda que a intenção do rapaz não tenha sido defender ou incentivar o feminicídio, a exploração de um crime que traumatizou todo o País pela sua torpeza e crueldade, mormente com o uso do nome da vítima associado a lixo não pode ser tolerada pelo Ministério Público. Por dever de nosso ofício temos de combater esse tipo de comportamento de maneira pedagógica”, disse o Procurador-Geral de Justiça, ao reforçar o compromisso da Instituição na defesa dos Direitos Humanos.

Eliza Samúdio desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade. O jogador foi condenado a 22 anos pela morte da jovem.

Eliza e o filho Bruninho foram sequestrados e mantidos em cárcere privado. Segundo o depoimento de um dos envolvidos no crime, que na época era menor de idade, a jovem teria sido esquartejada e seus restos mortais colocados em sacos de lixo e jogados aos cães.

Além da representação da União Brasileira de Mulheres do Amazonas, a deputada estadual Joana Darc chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o homem por apologia ao crime no 19º Distrito Integrado de Polícia de Manaus no dia seguinte à divulgação das imagens.

*G1 Amazonas