Manaus – O Ministério Público do Amazonas (MP-AM), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Manacapuru, instaurou Procedimento Preparatório para coletar elementos de prova referentes à suposta conduta do vereador Gerson D’Angelo nas dependências da Escola Municipal Zoraida Ribeiro Alexandre. A Promotora de Justiça Tânia Maria de Azevedo recebeu a notícia de que o vereador adentrou no recinto sem o uso de máscara e, ao ser advertido pelo Diretor Jackson Azevedo Souza, o injuriou e desacatou dentro do ambiente escolar e no exercício de suas funções, além de o ameaçar de exoneração.
Caso sejam confirmados, os fatos levados ao conhecimento do Ministério Público constituem ato de quebra de decoro parlamentar, passível de representação do Ministério Público à Câmara Municipal para as providências cabíveis.
O Secretário de Educação foi intimado a prestar informações e advertido no sentido de se abster de qualquer retaliação ou afastamento quanto ao professor e às testemunhas a serem intimadas para prestar depoimento, sob pena de responsabilização penal, civil e administrativa. As testemunhas também foram intimadas a prestar declarações, sendo, ainda, alertadas de que devem comunicar imediatamente ao Ministério Público qualquer tipo de ameaça, perseguição ou retaliação.
Entenda o caso
Na manhã da última terça-feira (25), o vereador Gerson Dangelo (Republicanos-AM) foi impedido de entrar em um colégio do município de Manacapuru, por estar sem máscara. O auditório do local está sendo utilizado para sessões plenárias, já que a Câmara Municipal da cidade foi alagada pela cheia do Rio Negro.
O caso aconteceu por volta das 7h45, na Escola Municipal Zoraida Ribeiro Alexandre. Ao tentar entrar no espaço, o vereador foi abordado por um dos porteiros, que pediu a Dangelo que utilizasse uma máscara. Segundo testemunhas, o vereador se recusou a pôr o equipamento de proteção, mesmo com a insistência do servidor da escola.
Nesse momento, chegava de carro o diretor do colégio, Jackson Azevedo, que viu de longe a confusão. “Ainda dentro do carro, vi o vereador gesticular com o segurança, que se aproximou do meu carro e bateu no vidro. Saí do veículo e, ao entender sobre o que se tratava, também pedi que ele colocasse uma máscara. Além de se recusar novamente, o vereador me mandou tomar ‘naquele lugar”, conta o gestor da escola, ao Portal.
Consternado com a situação, Jackson chamou a Polícia Militar de Manacapuru, e acusou o vereador de desacato ao servidor público. Gerson Dangelo estava sendo assistido por populares e outros vereadores, e, por se sentir constrangido, prometeu que no mesmo dia mandaria transferir o diretor da escola para outro lugar.
Por causa da confusão, o diretor da escola registrou boletim de ocorrência na delegacia do município. A PM marcou audiência para o dia 14 de junho, onde deve ouvir os envolvidos no caso.