Desemprego no Brasil cai para 5,8% e atinge menor nível da série histórica

Queda no número de desocupados e alta na ocupação e renda explicam resultado abaixo da expectativa do mercado


Brasília (DF) — A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,8% no trimestre encerrado em junho de 2025, atingindo o menor nível desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. O dado, divulgado nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou abaixo da projeção do mercado financeiro, que esperava uma taxa de 6%.

Em comparação com o trimestre encerrado em fevereiro deste ano, quando o índice foi de 7%, houve queda de 1,2 ponto percentual. Na comparação anual, com o mesmo trimestre de 2024 (6,9%), a retração foi de 1,1 ponto percentual.

Entre abril e junho, o número de pessoas desocupadas no país foi estimado em 6,3 milhões — redução de 17,4% em relação ao trimestre anterior e de 15,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A taxa de participação na força de trabalho atingiu 62,4%, a maior já registrada, enquanto o nível de ocupação subiu para 58,8%. O contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39 milhões. A população desalentada — que desistiu de procurar emprego — também diminuiu: queda de 13,7% em relação ao trimestre anterior e de 14% em relação ao mesmo período de 2024.

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, “o crescimento acentuado da população ocupada no trimestre influenciou vários recordes da série histórica, dentre eles a menor taxa de desocupação”.

O rendimento médio mensal real habitual subiu para R\$ 3.477, o maior patamar da série, com aumento de 1,1% ante o trimestre anterior e de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa de rendimento real habitual alcançou R\$ 351,2 bilhões, um novo recorde, com alta de 2,9% no trimestre e de 5,9% em 12 meses.