
A vida de Yedo Simões não se resume apenas a um acidente, com um cenário durante uma sessão, do Tribnunal de Justiça do Amazonas (TJAM). O desembagador vem de décadas de trabalho árduo em prol a magistratura do estado, recebendo diversas homenagens por munícipios onde trabalhou como juiz.
Um homem público, que vem sendo bombardeado nas redes sociais por haters na internet, tem um vasto currículo em diversas comarcas no interior e presidiu os mais importantes tribunais do estado, como TJAM e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desde sua formação em Direito na Ufam.
O desembargador Yedo Simões formou-se em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (1978) e é pós-graduado em Gestão de Tribunais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Posteriormente ingressou na magistratura no ano de 1979 e foi juiz de Direito das Comarcas de Barcelos, Itacoatiara, Autazes, Maués. Na Comarca de Manaus, foi titular das 3ª, 7ª, 8ª e 9ª Varas Cíveis; da 6ª Vara Criminal; do 1º Tribunal do Júri; da 1ª Vara da Fazenda Pública do Estado do Amazonas; da Vara de Execuções Criminais e do 2º Juizado Especial Cível. Como juiz eleitoral, conduziu pleitos em Barcelos, Itacoatiara e Autazes e, na capital, foi juiz das 1ª, 2ª, 32ª e 37ª zonas eleitorais. Em 1992, exerceu a função de presidente e coordenador do pleito municipal de Manaus. Foi promovido a desembargador em 2005 pelo critério de merecimento, ocupou o cargo de corregedor-geral de Justiça no biênio 2012/2014 e presidiu o Tribunal Regional Eleitoral (TER-AM) no biênio 2016/2018.
Ao longo de 33 anos de carreira já recebeu as seguintes homenagens: Medalha do Mérito Judiciário do Estado do Amazonas, Medalha do Mérito Legislativo, Diploma de Amigo da Marinha, Medalha de Grande Mérito da Câmara Municipal de Autazes, Voto de Aplauso do Senado Federal, Voto de Reconhecimento do Ministério Público do Esta do Amazonas – Procuradoria Geral de Justiça, além de elogios oficiados pela Corregedoria Geral de Justiça e Tribunal Regional Eleitoral.
O magistrado teve um acidente com um painel, durante uma sessão do Tribunal de Justiça do Amazonas, disse que não poderia colocar sua biblioteca particular no local onde trabalha, e que não poderia atrapalhar seus familiares a circular pelo local. “Apenas um painel. Como eu não poderia colocar toda minha biblioteca atrás de onde eu trabalho eu coloco um painel para não exibir outras coisas que tenho na minha casa. É um ambiente pequeno, que não tão pequeno, mas que circulam as pessoas onde tenho minhas coisas pessoais. Isso aqui é um painel, mas por trás aqui tem minha biblioteca”, disse.
Considerado por muitos juristas um grande intelectual, Yedo Simões é dono de uma rica biblioteca e colecionador de obras raras, revelou sua ligação com os livros, o magistrado fez um vídeo mostrando seu verdadeiro acervo de livros e destacou a importância da leitura para todas as áreas e principalmente para a magistratura. “Os livros são minha vida. Eu devo tudo aos livros, eles fazem parte da minha vida e de uma forma assim importantíssima porque foram eles que me trouxeram ao patamar em que cheguei. Então, eu sempre usei esse meu conhecimento justamente para servir a humanidade”, contou Simões.
A Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos e a Academia de Letras e Culturas da Amazônia divulgaram moção de apoio ao desembargador e repudiaram “inúmeros comportamentos lamentáveis da parte de alguns cidadãos” contra Yedo Simões.
“Yedo Simões de Oliveira, receba em seu coração a nossa manifesta honra e a nossa indisfarçável alegria em tê-lo entre nós, pois em nossos corações vigora a convicção de que, enquanto alguns -a fim de nutrirem o seu ‘ócio improdutivo’ – se comprazem em casualidades desprezíveis”, diz trecho.
Solidariedade
O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas, Marco Aurélio Choy compartilhou o vídeo de Yedo e se solidarizou com o jurista. “Minha solidariedade ao Yedo Simões. Num momento de cancelamentos públicos, onde a utilização de um painel de livros que divide a intimidade da vida familiar/privada do desembargador Yedo Simões do ambiente de trabalho das Sessões Públicas do Tribunal de Justiça do Amazonas, algo típico do momento da pandemia, gerou tamanha comoção”, disse Choy.
“Registro minha solidariedade ao homem Yedo Simões, que tem uma vida pública acima de um único momento, absolutamente, desprovido de qualquer reprovabilidade e que não baliza a conduta construída ao longo de uma história”, defendeu o advogado.
“Infelizmente, vivemos tempos difíceis, onde a história das pessoas são colocadas à prova por muito pouco! Sigamos em frente, até a próxima vítima das redes sociais, e ao homem (não simplesmente ao desembargador) Yedo Simoes, minha solidariedade”, criticou.