Amazonas deve enfrentar seca mais severa dos últimos anos

Foto: divulgação

A estiagem no Amazonas pode ser a maior dos últimos anos, segundo o Governo do Estado. Atualmente, 10 mil pessoas estão sendo afetadas pelo problema, que causa o isolamento de comunidades e o desabastecimento, devido à seca dos rios.


O cenário é esperado em todo o Estado nesta época, e há previsão de que a estiagem seja pior do que em 2023, quando o Rio Negro teve a pior seca da história ao atingir 13,59 metros. Até o momento, 20 cidades já estão em situação de emergência. Em Manaus, o Rio Negro desceu 54 centímetros no mês de julho.

Neste ano, o fenômeno começou mais cedo. Em 16 de julho de 2023, o Rio Tarauacá, que banha a cidade de Envira, media 8,55 metros. Nesta terça-feira, 16, um ano depois, o mesmo rio está com 5,26 metros. Em alguns trechos, é possível percorrer a pé o trajeto entre as duas margens do Rio Jurupari. No fim de semana, as águas mediam 1,22 metro. No ano passado, mediam 6,77 metros.

No Acre, a seca também é um problema, ainda que, em fevereiro, o Estado tenha batido recorde de cheia.

A orientação da Defesa Civil do Amazonas é que a população se abrigue na sede dos municípios mais afetados, para que possam receber alimentos, e evitem ficar isoladas.

Eleições em período de estiagem

A Defesa Civil do Amazonas discutiu estratégias na 1ª Reunião do Gabinete de Gestão Integrada, promovida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nesta terça-feira, 16, para se antecipar às eleições de outubro, diante dos efeitos da estiagem severa que atinge a região.

A reunião definiu como será o trabalho das autoridades para garantir a votação. O secretário adjunto de Defesa Civil, Coronel Clóvis, destacou a importância do trabalho colaborativo e preventivo do GGI: “Estamos nos antecipando aos desafios que a estiagem pode trazer, garantindo que nossa resposta seja ágil e eficiente”, destacou.

Ações preventivas

O Governo do Estado do Amazonas decretou estado de emergência em 20 cidades nas calhas do Juruá, Purus e alto Solimões. As previsões indicam que a seca em 2024 pode ser tão severa quanto a de 2023. Por isso, medidas preventivas estão sendo tomadas desde o início do ano.

As ações são voltadas para o abastecimento de água potável, insumos e medicamentos para a saúde, produção rural, logística para a manutenção do funcionamento da rede estadual de educação e ajuda humanitária. Esses são os principais focos do cronograma de atividades do plano de contingência do governo.

As cidades da calha do Juruá já estão recebendo medicamentos e insumos para a saúde, como Guajará, Envira e Ipixuna. Nas localidades, com a vazante dos rios, o transporte fluvial já está sendo prejudicado.

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