
Um vídeo de Virgínia Fonseca provando um tacacá “diferente” viralizou nas redes sociais e gerou forte repercussão entre paraenses e amazonenses, que apontaram que a receita servida à influenciadora em São Paulo não seguia o preparo tradicional do prato amazônico.
A filmagem foi feita no Terminal BTG Pactual, área VIP do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O cardápio do espaço, assinado pelo chef Ivan Ralston, apresenta uma versão contemporânea do prato amazônico. No menu, o item aparece descrito apenas como “camarões em tucupi e tapioca”, o que já levantou suspeitas sobre a autenticidade da receita.
Nas redes, muitos seguidores destacaram que o prato não tinha elementos básicos do tacacá típico, o que acabou gerando debate e críticas.
Como é feito o tacacá tradicional
O tacacá tradicional é um prato típico do Pará e muito consumido também no Amazonas. Servido quente e em uma cuia, ele segue uma combinação clássica que mantém suas raízes indígenas.
A receita original leva:
- Tucupi — caldo amarelo extraído da mandioca, fermentado e fervido;
- Jambu — erva amazônica que provoca o famoso efeito de dormência na boca;
- Goma de tapioca — líquido espesso que dá corpo e textura ao prato;
- Camarão seco — geralmente salgado e servido inteiro.
No Pará, o preparo segue a tradição sem grandes alterações. No Amazonas, o sabor é semelhante, com pequenas variações de temperos, como cebola, cheiro-verde ou cebolinha, mas sem descaracterizar o prato.
A versão servida à influenciadora, porém, não incluía jambu nem a goma de tapioca, dois ingredientes essenciais — o que motivou a reação imediata dos internautas e desencadeou o debate sobre versões modernas de pratos regionais.