
Conversas obtidas pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) revelam o lado sombrio do pastor Gelson, de 38 anos, preso na última segunda-feira (31/03) durante a Operação Mateus 7:15. Prints de mensagens trocadas pelo suspeito com vítimas menores de idade e outros pedófilos mostram um esquema de aliciamento e exploração sexual infantil. Um dos pontos mais chocantes da investigação indica que Gelson teria oferecido a própria filha em troca do filho de outro pedófilo para fins de abuso sexual.
A descoberta do caso se deu após a mãe de um adolescente de 12 anos encontrar mensagens suspeitas no celular do filho. As conversas, agora sob análise da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), incluem diálogos de teor sexual, transferências via PIX e pedidos de fotos íntimas.
De acordo com a delegada Juliana Tuma, titular da Depca, as provas demonstram que o pastor usava sua posição de liderança religiosa para enganar adolescentes de 12 a 14 anos, oferecendo dinheiro para se aproximar das vítimas. Em conversas com outros criminosos, Gelson referia-se a crianças como “mercadoria”, demonstrando frieza e premeditação em suas ações.

A polícia também apreendeu equipamentos eletrônicos na residência do suspeito, localizada no bairro da Paz, zona Centro-Oeste de Manaus. Nos dispositivos, foram encontrados vídeos e imagens de conteúdo pornográfico infantil, reforçando as suspeitas contra o pastor. As autoridades buscam identificar outras possíveis vítimas e cumplices.
As investigações apontam ainda que Gelson tinha acesso irrestrito a adolescentes em atividades da congregação, como reuniões, passeios e jogos de futebol, o que facilitava sua atuação criminosa. Preso em flagrante, ele responderá pelos crimes de favorecimento à prostituição infantil, aliciamento de menores para fins sexuais e armazenamento de pornografia infantil. Após passar por audiência de custódia, o suspeito segue à disposição da Justiça.
A PC-AM reforça que as investigações continuam e incentiva outras possíveis vítimas a denunciarem através do Disque 100 ou diretamente na Depca. O caso segue sob sigilo judicial.










