Familiares de entregadores alegam prisão injusta por ataques em Manaus

A manifestação aconteceu no Novo Aleixo | Foto: EM TEMPO

Manaus – Revoltados com a prisão de quatro jovens acusados de participar dos ataques do último fim de semana, familiares e amigos realizaram na noite desta sexta-feira (11), uma manifestação na avenida Cariré, no bairro Novo Aleixo, na Zona Norte de Manaus. Os rapazes, dentre eles um adolescente de 16 anos, foram presos com um galão de diesel no último domingo (6) e apontados como autores das ações criminosas.


 De acordo com familiares, os quatro haviam acabado de sair da distribuidora onde trabalham no Novo Aleixo quando foram até um posto de combustíveis nas proximidades comprar diesel. Após saírem do local, os quatro foram abordados por equipes das Polícias Civil e Militar. 

 

Os jovens foram apresentados no 6° DIP | Foto: Divulgação

“Todo fim de semana eles lavam as motos da distribuidora onde trabalhavam e para isso utilizavam diesel que auxilia na limpeza. A impressão que dá é que só estavam esperando alguém comprar combustível para efetuar uma abordagem. Essa acusação de que eles estavam ateando fogo na cidade é injusta. Eles são trabalhadores e humildes. Pedimos para que o adolescente de 16 anos seja liberado. Dois deles foram liberados mas estão com tornozeleira eletrônica e um desceu para a penitenciária pois já tinha passagens criminais”, relatou a moradora da área e amiga dos rapazes, Rosângela Falcão.

O patrão dos jovens, o empresário Isac Palheta, relatou detalhes da rotina dos jovens naquele dia. Para eles, os jovens foram humilhados e submetidos a vexame após a acusação.

Naquele dia abrimos a distribuidora cedo, às 8h, e eles ficaram conosco até as 13h. Foi questão de minutos entre a saída deles e a prisão. Na delegacia, acusaram os quatro de estarem ateando fogo na cidade. Eles estavam com dois dedos de diesel e lá na localidade ainda teriam atribuído a propriedade de mais um galão de gasolina para eles. Um deles já trabalha com a gente há um ano e meio e o adolescente veio dar um reforço há cerca de três semanas. Eles estavam juntando dinheiro para comprar uma moto própria e gastaram todo o dinheiro com advogado. Pedimos que a Justiça seja feita, pois isso foi uma humilhação e uma injustiça

Bastante abalada, a mãe de um dos jovens envolvidos defendeu o filho e pediu rigor das autoridades na investigação.

Meu filho está com tornozeleira eletrônica feito um bandido. Ele é inocente, eles jamais conseguiriam atear fogo na cidade toda em 20 minutos. Temos filmagens do trajeto deles. Eles foram humilhados e isso dá uma revolta contra a polícia. As provas mostram tudoAndréa Oliveira, mãe

Vizinhos pararam veículos na via pública exibindo cartazes com pedidos de Justiça. A reportagem solicitou posicionamento da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) sobre a reivindicação da família, mas ainda não obteve resposta.

Veja vídeos das abordagens policiais e do momento em que os jovens saem do local de trabalho: